29 de novembro de 2009

Abstraticismo



Depois de um banho caprichado de uma hora, ela saiu não só com o corpo lavado mas também com a alma lavada, límpida, reluzente como o horizonte no amanhecer. Ela senta na cama cansada depois de um banho animado ao som do pagode da região.Ela não gosta do ritmo, mas para um banho dava pra dançar.
Para ofegante e pensativa.
Nada vem a cabeça se não ele. Ela que chamou a atenção dele por um instante. Ele que roubou a atenção dela desde quando se contataram pela primeira vez. Fazem meses, alguns rapazes já passaram pela vida dela, porém ela sempre volta o pensamento nele.
Ela acha tudo muito confuso.
Ora ele some do nada, sem dá notícias, só aparece na imaginação e sonhos dela.
Ora ele ressurge, quando ela já nem mais lembrava dele, trazendo esperança àquele coração sozinho.
Afinal, o que ele quer?
Se declarar ela nunca vai fazer. Por mais que ela seja espontânea, brincalhona, se tratando de amor ela não passa de uma Amélie Poulain com sua timidez na pele.
Talvez ele também não se declare, por mais que já tenha chagado perto [na ilusão dela (?)].
Será por que ele não quer? Será por que, assim como ela, ele é tímido no amor?
Ela queria muito saber.
E ao invés de ir atrás das repostas, não, ela fica assim quieta, assim na dela, só imaginando o dia do reencontro, o dia do pedido de namoro, as fotos que eles iriam fazer e os momentos felizes que eles passariam juntos.
Ó ilusão, ó sonhos!
Seria possível se tornar concreto algo tão abstrato?
Enquanto isso ela vai sonhando, sonhando, e ouvindo músicas, e sonhando, e admirando a lua, e sonhando.
No eterno sonho.

Nenhum comentário: